Nas disciplinas de Capacitação para o Ensino de Filosofia III e IV, pretende-se habilitar para o uso da linguagem hipermidiática na docência em filosofia. Como metodologia pedagógica será utilizada a concepção de Moran quanto ao uso das tecnologias telemáticas na educação. (MORAN, José Manuel; BERRENS, Marilda Aparecida; MASSETO, Marcos T. Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica. Campinas-SP: Papirus, 2000.)

 

Esta concepção defende uma hibridização entre as linguagens lógicosequencial (escrita), hipertextual e midiática como necessária para uma aprendizagem significativa. O educador deve desenvolver a habilidade de manipular a linguagem midiática da mesma maneira que faz com a linguagem escrita, construindo-a, desconstruindo-a e reconstruindo-a.

 

Como concepção filosófica será tomada como referência a filosofia de Vilém Flusser, fundamentalmente nas obras Filosofia da Caixa Preta: Ensaios para uma futura filosofia da fotografia. (São Paulo: Editora Hucitec, 1985.) e Comunicologia: reflexões sobre o futuro (São Paulo: Maritns Fontes, 20014), que defende um pensar crítico a partir das imagens técnicas, as imagens produzidas pelas máquinas; dentre outros autores.

 

A partir dessa reflexão a turma de estudantes desenvolverá uma análise crítica da cultura contemporânea produzida a partir da tecnociência. Partindo desta análise, atividades de prática pedagógica serão construídas no intuito de dialogar com as linguagens atualmente em voga, sobretudo a linguagem midiática, e a relação com o papel do educador e especificamente do professor de filosofia. Segundo Flusser, numa cultura saturada pelas máquina já não se sabe onde começa o humano e onde termina a máquina, onde começa a máquina e o que sobra de humano. É necessário então, para resguardar o legitimamente humano num mundo pós-humano, esgotar a máquina na sua programação. A obra de arte oferece esta possibilidade quando procura descobrir novos usos para a tecnologia a partir da criatividade e que fujam ao limitadamente programado, ou seja, esgotar a máquina em seus usos, para descobrir novos usos.

 

Portanto, ponto de partida para o trabalho do filósofo-educador é o diálogo com os usos possíveis das novas linguagens, especialmente das imagens técnicas. Neste intuído, o projeto busca experimentar novas práticas educacionais no ensino de filosofia, gerando produtos que serão disponibilizados para professores e estudantes do ensino médio. Os monitores serão orientados a, com o professor coordenador do projeto, conduzir atividades pedagógicas com tecnologias diversas dentro da perspectiva do ensino de filosofia.

Atividades que serão desenvolvidas:
1. Estudo crítico em grupo de referenciais teóricos propostos na Disciplina Capacitação para o Ensino de Filosofia sobre o uso pedagógico da imagens técnicas e hibridização de mídias.

2. Produção de material audiovisual, (palestras, documentários e animações) para uso no ensino de filosofia de forma pedagogicamente atraente e eficiente, a partir da problematização da cultura contemporânea.

3. Produção de infográficos e pictogramas para uso no ensino de filosofia.

4. Publicação nas redes informacionais (site próprio do projeto, portal da UFCA e redes sociais).

5. Visita às escolas de ensino médio de Juazeiro e Crato para divulgação do projeto e do material produzido.

6. Segunda visita às escolas para avaliar se o material foi utilizado, de que forma, e se novos materiais foram produzidos, e detectar que práticas no projeto podem ser melhoradas.

 

Estas atividades serão desenvolvidas por toda a turma das duas disciplinas, cabendo aos monitores bolsistas auxiliarem o professor coordenador na organização e realização destas tarefas. Desta maneira, procura-se concretizar o estabelecido nos objetivos do projeto na modalidade integração ensino e extensão:

1.  Oferecer meios para o atendimento ao Plano Nacional de Educação- PNE 2014/2024, que prevê a destinação de 10% da carga horária total dos cursos de graduação em programas e proje- tos de extensão universitária;

2. Propor meios para a efetivação do princípio constitucional da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão;

3. Contribuir para o processo de formação do estudante de graduação, por meio da participação em projetos/programas de extensão, facilitando a interação entre estudantes e professores orientadores;

4.  Buscar a integração de disciplinas junto às ações de extensão.