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Vídeos no Ensino de Filosofia

Apontamos uma proposta a ser realizada através do tratamento hipermídiático da informação de maneira a transformá-la em conhecimento significativo. Isso se dá através da integração de tecnologias, de metodologias e de atividades. A aproximação das mídias favorece esse trabalho quando oportuniza, por exemplo, a integração da comunicação oral, do texto escrito, o hipertextual e a multimídia, possibilitando que transitem facilmente de um meio para outro, de um formato para outro.

Segundo Moran, uma parte importante da aprendizagem acontece quando relacionamos, integramos todas as tecnologias, as telemáticas, as audiovisuais, as textuais, as orais, musicais, lúdicas e corporais. Porque processamos as informações de diversas formas. Essas formas dependerão tanto do nosso objetivo quanto do universo cultural em que se insere a informação. Três formas, atualmente, são mais habituais: a midiática, a hipertextual e a lógico-sequencial, cada uma atendendo as demandas e propósitos diferentes, porém, intercomunicantes.

(MORAN, José Manuel; BERRENS, Marilda Aparecida; MASSETO, Marcos T.Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica. Campinas-SP: Papirus.)

Na sociedade contemporânea, em função da rapidez dos processamentos e da transmissão das informações, como também da diversidade de situações que temos que enfrentar, cada vez mais utilizamos o tratamento multimídico da informação. Percebemos que, quanto maior a imersão na chamada sociedade da informação, mais rápidas são as buscas por respostas instantâneas. As pessoas mais familiarizadas com a cultura digital, preferem as pesquisas síncronas, que acontecem em tempo real e que oferecem respostas imediatas. 

 

Os meios de comunicação de difusão, desde a cultura de massas, principalmente a TV, nos acostumaram a receber tudo mastigado, em curtas sínteses e com respostas fáceis. Estes meios utilizam narrativas com várias linguagens superpostas que nos acostumam, desde pequenos, a valorizar essa forma de lidar com a informação, atraente, rápida, sintética, o que traz consequências para a capacidade de compreender temas mais abstratos de longa duração e de menos envolvimento sensorial.

 

Por isso, percebemos que em várias situações, o processamento multimídico precisa ser complementado por um outro tipo, mais reflexivo, demorado, analítico e que precisamos de tempo e concentração para compreender o conteúdo. No processamento multimídico, junta-se pedaços de textos de várias linguagens superpostas simultaneamente.

"As conexões são tantas que o mais importante é a visão ou leitura em flash. No conjunto, uma leitura rápida, que cria significações provisórias, dando uma interpretação rápida para o todo (...) A construção do conhecimento, a partir doprocessamento multimídico, é mais ‘livre’, menos rígida, comconexões mais abertas, que passam pelo sensorial, pelo emocional e pela organização do racional; uma organização provisória, que se modifica com facilidade, que cria convergências e divergências instantâneas, que precisa de processamento múltiplo instantâneo e de respostas imediatas.(...) Na maior parte das situações do dia-a-dia utilizamos um tipo de conhecimento polivalente, de respostarápida, tipo “vapt-vupt”, um conhecimento que precisaresponder a solicitações imprevisíveis que exigem soluções imediatas. Por exemplo, respostas em debates, a perguntas relâmpago numa entrevista, respostas a questões pelo telefone, decisões numa reunião executiva de emergência. Na sociedade urbana esse tipo de conhecimento ‘multimídico’ –generalista e menos profundo – é cada vez mais importante e exige uma capacidade de adaptação e flexibilidade muito grande."(MORAN)

Sendo assim, estas possibilidades também limitam, impedindo esta linguagem de, sozinha, realizar o tratamento da informação em vista do conhecimento efetivo. A avidez por respostas rápidas muitas vezes leva a conclusões previsíveis,78 a não aprofundar a significação dos resultados, a acumular mais quantidade do que qualidade de informação.

 

Uma outra forma de tratar a informação é a hipertextual, ou seja, contando histórias, construindo situações que se interconectam, ampliam-se, que nos levam a novos significados importantes. Esse é o tipo de comunicação“linkada”, através dos nós-intertextuais que constituem o hipertexto. “A leitura hipertextual é feita como que em “ondas”, em que uma leva a outra, acrescentando novas significações.”

 

É aquela informação interrompida por outras informações, construindo ainda mais o conhecimento. A construção é lógica e coerente, porém, sem seguir uma trilha previsível, sequencial, mas que vai se ramificando em diversas trilhas possíveis. Exemplo dessa linguagem acontece quando ouvimos histórias e interrompemos para solicitar informações ou quando lemos livros consultando o significado das palavras, ou ainda quando navegamos pela internet.

 

O processamento lógico-sequencial das informações, por sua vez, acontece através da linguagem falada e escrita. Através delas vamos construindo o sentido paulatinamente e concatenado, montando uma sequência espacial ou temporal em que a habilidade linguística é adquirida ao mesmo tempo em que se adquire a lógica e a sintaxe desta linguagem. Um exemplo disso acontece quando lemos sequencialmente livros ou quando assistimos initerruptamente filmes.

 

Atualmente, na construção do conhecimento, acontecer ao mesmo tempo várias posturas decorrentes dessas três formas de processamento da informação. Haverá predominância de uma ou de outra dependendo da bagagem cultural, da idade e dos objetivos pretendidos.

Por isso, como professores, precisamos compreender a necessidade de integrar todas essas linguagens adequadamente para realizar o conhecimento significativo.

SUGESTÕES DE TRABALHO:

  1. a)  Pode-se introduzir algum conteúdo partindo de vídeos mais simples para chegar a vídeos mais complexos, tanto do ponto de vista temático quanto técnico.

  2. b)  Pode ser utilizado também como sensibilização, ou seja, como introdução de um novo assunto, justamente para despertar a curiosidade. Daí pode-se seguir trabalhando hipertextualmente, ou seja, desenvolvendo a curiosidade e a pesquisa em outras mídias e com progressiva profundidade.

  3. c)  Utilizar o vídeo como intervenção: interferir, modificar um determinado programa, um material audio-visual, acrescentando uma nova trilha sonora ou editando o material de forma compacta ou introduzindo novas cenas com novos significados. O professor precisa perder o medo do vídeo interferindo nele, acrescentando novos dados.

  4. d)  Usar o vídeo como ilustração ou simulação. Pode em várias situações servir de demonstração simulada dos conhecimentos trabalhados teoricamente em aula.

  5. e)  O vídeo com produção serve como documentação ou registro de novos conhecimentos elaborados. Da mesma maneira que professores e alunos podem ter seus próprios textos resultante do aprofundamento dos estudos, também podem ter seu próprio material visual.

  6. f)  O “vídeo-espelho” pode servir para novas descobertas a cercada corporeidade, para autoanálise ou do grupo, para avaliar posturas.

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